30/10/07

Na noite dos lugares e das passagens



Apenas três apontamentos sobre o espectáculo que inundou de palavras o palco do Café-Teatro na sessão «Lugares e Passagens» dedicada à poeta Maria Andresen. (Imagens captadas por Diogo Barbedo na seguinte sequência: Pedro Lamares, a ler, e Eldbjørg Raknes, a cantar).

26/10/07

PARABÉNS VALTER


O poeta valter hugo mãe venceu hoje a edição de 2007 do prémio literário José Saramago com o romance "O Remorso de Baltazar Serapião".

Em nome de toda a equipa das "Quintas", envio-te um forte abraço de felicitações.

Lembremos que o valter abrirá a temporada das "Quintas" em 2008, com uma super-sessão intitulada "FACÍNORAS".

Participam nesta provocação poética os seguintes figurões:

Mademoiselle Chat (cantora parisiense)
Adolfo Luxúria Canibal
Isaque Ferreira
Pedro Lamares
António Rafael (Mão Morta)
Miguel Pedro (Mão Morta)
e, obviamente, o nosso convidado de honra valter hugo mãe, que produzirá textos de raiz para esta sessão.

NÃO COMPRE JÁ O SEU BILHETE.

(fotografia de Pedro Guimarães)

25/10/07

A imprensa de hoje a propósito da estreia de Maria Andresen


Na edição de hoje da revista Visão





Na edição de hoje do jornal O Primeiro de Janeiro:








Na edição de hoje do jornal Público:


(nota: para ler clicar sobre as imagens)

23/10/07

“O POETA NU” À SOLTA NO “PIOLHO”

Jorge Sousa Braga, aqui na companhia de João Gesta, regressará às Quintas de Leitura em 2008.

Sobre o seu último livro, O Poeta Nu, apresentado em 12 de Outubro, no Café "Piolho", João Gesta, o programador do ciclo, leu em voz alta o seguinte texto:


Não há lugar mais oportuno para fazer o lançamento de um livro do Jorge Sousa Braga do que o “Piolho”.
“O Piolho” é, e foi nos tempos do fascismo, um espaço de liberdade, um espaço de liberdade livre, como diria Rimbaud, de liberdade cor de Homem.
“O Piolho” foi, nos anos 70, o meu primeiro lar. Cresci nestas mesas ao som vaporoso e pavoroso da máquina dos cimbalinos e do abrir e fechar irritante da velha máquina registadora, agora embalsamada.
Foi aqui que o coração me pregou as primeiras partidas – apaixonei-me gravemente várias vezes, casei mesmo com uma bela comunista que conheci três mesas depois da minha. Aqui aprendi a sonhar e a conspirar em surdina. Fumei, às escondidas e nem por isso, os meus primeiros charros, defendi-me como pude, sem heroísmos, anonimamente, da polícia fascista, convivi com pessoas que, trinta anos depois, ainda admiro: o Manuel António Pina, o Manuel Resende, o Jorge Fiel, o Carlos Leite, o “Arturinho” la gauche – um bandido de quem continuo a gostar -, o Costa Macedo, o meu dealer espiritual Alfredo, o Militão, o João Botelho, o Mário Vaz e o Rui Reininho que, generoso e solidário, me ensinou que os homens não se querem bonitos.
Às mesas deste café li os primeiros livros de Lenine, Engels e Marx. Aqui aprendi que o Mao-Tsé-Tung não era flor que se cheirasse, que a Rosa Luxemburgo era uma gaja porreira, que o Trotsky era um teórico impoluto, antes de levar irremediavelmente com um sacho na cabeça, medida profilática patrocinada por Staline, esse sim, um refinado estupor.
Aqui li os meus primeiros livros de Herberto Helder, “A crítica doméstica dos paralelepípedos” de Nuno Júdice, livro artisticamente roubado na Unicepe e que transportei até ao “Piolho” debaixo de uma t´shirt que proclamava em letras garrafais: « Nem Deus, Nem Chefes».
Foi no “Piolho” que ouvi pela primeira vez falar de Revolução:
“Serão talvez precisas várias revoluções para que um dia deixe de haver pessoas razoáveis” – sábias palavras de Roger Gentis.
Aqui tomei contacto com as teorias situacionistas:
“A Revolução deixa de existir no instante em que é necessário sacrificarmo-nos por ela”.
Hoje, homem maduro, sou forçado a concordar com o Adolfo Luxúria Canibal: “a revolução é o remédio para os que sofrem de tédio”.
Foi, por fim, no w.c. do “Piolho”, pichado numa parede, que registei um dos maiores ensinamentos da minha vida, que ainda hoje me serve:
“Amar sem ser amado é como limpar o cu sem ter cagado”.

Bom… (momento de molhar o bico)

Foi também numa mesa do “Piolho” que, em 1982, descobri o Jorge Sousa Braga. Descobri-o através de uma bela edição da Fenda – “Plano para salvar Veneza” -, um livro comprado (100$00) pela Cristiana, a tal bela comunista, na livraria “Leitura”e veementemente recomendado pelo senhor Fernando Fernandes. No final da leitura fiquei com vontade de “beijar o Jorge apaixonadamente na boca”.

A jornalista Filipa Leal, numa notável entrevista no “das Artes das Letras”, perguntou ao poeta qual seria o plano para salvar este novo século. O poeta respondeu, sem hesitações:
“O plano para salvar o novo século acaba por ser a mesma coisa que eu dizia no «Plano para salvar Veneza», e tem uma só palavra: TERNURA. Ternura por aqueles que nos rodeiam, pelos animais, pelas árvores e pelas pedras.”
Jorge Sousa Braga é, antes de tudo, um poeta da natureza.
Prossegue ele na referida entrevista:
“Comecei a ler muito antes de ter aprendido as primeiras letras. Eu explico. Nasci numa pequena aldeia e quando era criança perdia-me nos campos e nos montes. Aprendi a ler os movimentos das folhas das árvores, o voo dos pássaros, a passagem das nuvens…”.
Jorge Sousa Braga é um poeta implicado. Implicado, sobretudo, com uma visão global do mundo: “Não me imagino só com pessoas à volta. Acho que também são precisos os outros animais, as pedras, as árvores”.
À boleia de António Ferro, digo-vos que o Jorge Sousa Braga é um “bêbado dos sentidos”, um poeta “enfarinhado de luar”. Jorge Sousa Braga cheira bem. Cheira a sol, a sul, a manjerona, malagueta, sândalo, cominhos, basílico, zimbro, oregãos, açafrão, caril, louro, estragão.
O Jorge Sousa Braga cheira a Whitman e a Cesariny. É um poeta intensamente livre. “Ser-se livre é possuir-se a capacidade de lutar contra o que nos oprime. Quanto mais perseguido, mais perigoso. Quanto mais livre, mais capaz. Do cadáver de um homem que nasce livre pode sair acentuado mau cheiro – nunca sairá um escravo”. Aprendi isto com Cesariny e, também, com a poesia e com a convivência com o Jorge. O Jorge não troca a “liberdade” em “liberdades”. O Jorge escreve para a eternidade. O Jorge é um poeta subversivo.
(Houve alguém, aqui no “Piolho”, que me ensinou isto: revolução é voltar a ampulheta. Subversão é realmente outra coisa: é esmagá-la, eliminá-la.)
Repito:
O Jorge é um poeta subversivo e está sempre a surpreender-nos com as palavras que diz. Está sempre a esmagar a ampulheta:
“Toda a gente se revolta. Uma capacidade intrínseca da alma humana é a capacidade de nos revoltarmos. É fácil uma pessoa revoltar-se contra as barbaridades que nos são distantes, como as que acontecem presentemente no Iraque. Mas é mais difícil revoltarmo-nos contra as pequenas barbaridades do quotidiano. Acho que a DOÇURA pode ser uma forma de revolta, e às vezes mais eficaz do que algumas toneladas de bombas”.
Hoje, Jorge Sousa Braga voltou à carga, numa importante entrevista ao “JN”: “Lamento que a mediocridade tenha invadido os partidos instituídos e inundado as repartições e muitos centros de decisão. Mas não lamento o verde do Minho, o amarelo do Alentejo, o azul dos rios e do mar”.
Para terminar:
“O Poeta Nu” é um intenso e requintado fragmento de liberdade. É um livro absolutamente febril, que me levou ao sorriso, ao riso e às lágrimas.
“O Poeta Nu” é uma delirante viagem. “Desvenda-nos uma visão do mundo que poetiza todas as coisas”, como sabiamente escreveu Pedro Mexia.
Refiro os primeiros livros de Jorge Sousa Braga com um registo maldito, quase “underground”; “Os Pés Luminosos” onde são notórias as influências da poesia chinesa, japonesa e a estética do haiku; “A Ferida Aberta” onde o poeta deixa perpassar a sua experiência clínica; por fim, o volume novo, com o fascinante título “O lírio que há no delírio”, onde o autor dialoga com grandes mestres da pintura – Monet, Magritte, Frida Kahlo, Van Gogh, etc.
Todos estes livros agora reunidos, fizeram, vão continuar a fazer o seu caminho. E, como faz questão de realçar Jorge Sousa Braga, o caminho da poesia é sempre o coração do leitor.
“O Poeta Nu” é, em suma, um objecto belo, é um livro cheio de verdade, de subtil ironia, pleno de sentido de humor. E o Jorge sabe, como eu, que o humor é a mais eficaz maneira de dizer NÃO ao poder. Jorge, se dizes NÃO, é porque tens razão. (Que São Tzara esteja no meio de nós!).
O Jorge tem o vício da Poesia. Lê, escreve e traduz como respira. E arrasta-nos no seu vício – só somos capazes de parar quando snifamos a última linha dos seus poemas.
Termino agora e confesso-vos:
“Estou mesmo a precisar de uma injecção de essência de rosas”.

22/10/07

Poesia no Campo Alegre diz a Notícias Magazine

(na revista Notícias Magazine - JN e DN - de Domingo, 21 de Outubro de 2007. Para ver em tamanho maior, clicar sobre a imagem).

19/10/07

Nas nossas salas



( Dióspiro com Daniel Maia-Pinto Rodrigues)

(Morada com Vasco Gato)


Susana Camelo - Decoração é uma das lojas que, em colaboração com as Quintas de Leitura, enche os palcos das nossas sessões e recebe os poetas e os seus convidados como se estivessem em casa, na sua própria sala.

18/10/07

OS RECITADORES DAS "QUINTAS"








Sem eles, as "Quintas de Leitura" não teriam sentido. São os "nossos" recitadores. Ao longo de 70 espectáculos já nos leram centenas de poemas, marcos indeléveis da moderna poesia portuguesa. Aqui ficam os seus nomes, por ordem de entrada no paraíso:

Ana Deus
Susana Menezes (Naná)
Nuno Melo
Miuxa Carvalhal
Rui Reininho
Paulo Condessa
Nuno Moura
Daniel Maia-Pinto Rodrigues
António Fonseca
António Durães
Ana Gabriela Macedo
Fernando Coelho
Eduardo Jorge Madureira
Marta Catarino
Sofia Saldanha
Manuela Martinez
Paulo Campos dos Reis
João Miguel Rodrigues
Madalena Alfaia
João Paulo Costa
José Wallenstein
Daniel Jonas
Filipa Leal
Isaque Ferreira
Pedro Lamares
Maria Elsa
Inês Menezes
Ana Luísa Amaral
Maria do Rosário Pedreira
Claudia Silva
Julieta Santos
Ada Pereira da Silva
Marta Bernardes
Alberto Serra
José Carlos Tinoco
Miguel Arcanjo
Vânia Ribeiro
Adolfo Luxúria Canibal
Jorge Mota
Clara Marchana
Inês Lua
Gonçalo M. Tavares
José Luís Peixoto
Ana Luísa Amaral
António Mega Ferreira
valter hugo mãe
Adriana Faria
Rute Pimenta
Estrela Novais
Inês Veiga de Macedo
Mirró Pereira
Anabela Rodrigues
Daniela Carvalho
Nuno Júdice
João Tiago
Fernando Pinto do Amaral
Isabel Guimarães
Vasco Gato
Romi Soares
Yolanda Castaño

11/10/07

(fotografia de Raquel Viegas)


O comediante Pedro Tochas regressa às Quintas de Leitura para apresentar, em «antestreia», o seu novo espectáculo intitulado «Pedro Tochas - Já tenho idade para ter juízo».

As sessões deste novo espectáculo, destinado a maiores de 16 anos, decorrerão no Café-Teatro do TCA, nos dias 8, 9 e 10 de Novembro, às 22h00, e no dia 11, Domingo, às 17h00.

Sobre este novíssimo desafio, Pedro Tochas levanta o véu:

Qual é a idade para ter juízo?
O que é ter juízo?
Será bom ter juízo?

Estas questões são alguns dos pontos de partida para esta mistura de contador de histórias e stand-up comedy.

Pequenas histórias, divagações, alucinações, improvisações e interacções com o público, fazem parte deste espectáculo que mais parece uma conversa entre amigos.

A não perder para quem gosta de rir com as pequenas coisas da vida.

No que se refere especificamente a estas sessões de «antestreia», Tochas explica:
Antes da estreia mundial deste espectáculo em 2008, vou fazer duas temporadas de ante-estreias em salas pequenas.
Em Lisboa vou estar no Teatro bar do Teatro da Trindade (60 lugares) e no Porto vou estar no Café-Teatro do Teatro do Campo Alegre (120 lugares).
O objectivo é fazer apresentações num ambiente íntimo, onde o espectáculo possa amadurecer e sofrer constantes mutações; vai ser uma boa oportunidade para ver o processo criativo em acção.

Junte-se a nós: o indelével humor de Pedro Tochas, numa "Quinta" diferente das outras.

08/10/07

O Poeta Nuno Júdice nas Quintas de Leitura

O grupo Amanalupa participará, no dia 22 de Novembro, na sessão intitulada «O enigma de Salomé», dedicada à poesia de Nuno Júdice.

O grupo é formado pelos seguintes elementos: Rui Costa (guitarra acústica), Sofia Gaspar (voz), e Pedro Santos (euphónium). Interpretarão temas inspirados na poesia de Júdice.

Uma sessão a não perder que contará ainda com as seguintes presenças: Pedro Lamares, Susana Menezes, Filipa Leal, Natália Luíza e Nuno Júdice (leituras); Isabel Lhano (imagem); Mônica Coteriano, Tó Trips e Pedro Gonçalves (performance/concerto).